terça-feira, 6 de abril de 2010

Ensino da escrita: dimensões gráfica e ortográfica

A aprendizagem da leitura e da escrita começa muito antes da entrada na escolaridade obrigatória. Parafraseando Vigotsky (1977, cit. in Martins e Niza, 1998, p.47), “a aprendizagem escolar nunca parte do zero. Toda a aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história”. De facto, desde muito cedo, as crianças se interrogam e põem hipóteses sobre o escrito que as rodeia, sobre as suas funções, as suas características formais e as suas relações com a linguagem oral. Essas concepções, no entanto, não são uniformes pois crianças da mesma idade apresentam diferenças marcantes, o que se deve às diferentes oportunidades de contacto com práticas sociais de escrita e às diferentes oportunidades de interacção com a envolvência social a propósito da linguagem escrita.
Segundo Martins e Niza (1998), na aprendizagem da escrita, como em qualquer outra destreza, existem três fases distintas:
- A fase cognitiva corresponde à construção pela criança de uma representação sobre as funções da linguagem escrita e de uma representação sobre a natureza da linguagem escrita, nomeadamente das características da linguagem escrita e de que forma se relaciona com a linguagem oral;
- A fase de domínio corresponde ao exercitar das várias operações necessárias à escrita: a criança tem que aprender a tratar o código e a organizar os elementos;
- A fase de automatização corresponde ao momento em que a criança já consegue escrever diversos textos, utilizando estratégias aprendidas sem ter que pensar conscientemente nelas.
Ditado de memória (EB1 de Manhouce)

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